Impacto da Auditoria Contábil para a gestão de Micro e PME’s com a utilização do COSO e práticas de Gestão de Riscos e Compliance nos negócios.
Sabemos que no Brasil a maioria das empresas são Micro e Pequenas e a sua evolução e desempenho é importante para o desenvolvimento econômico e social de um país, pois proporciona a geração de empregos, fazendo a economia prosperar, porém existe um problema que acaba atrapalhando, que é a alta taxa de mortalidade das empresas.
A grande parte dessas novas empresas não completa os primeiros dois anos de atividade. Conforme pesquisa da EXAME (Novembro, 2012), segundo dados do Sebrae, as empresas culpam a falta de clientes, a alta carga tributária, ausência de capital de giro e problemas pessoais, como brigas entre os sócios, pela falência.
Os empresários que sobrevivem aos primeiros e mais turbulentos anos do negócio apontam a capacidade empreendedora, a logística operacional e as habilidades gerenciais (do próprio gestor ou de um administrador profissional contratado) como fatores primordiais para o sucesso.
Muitos desses empresários deixam as finanças/contabilidade e controles internos como segundo plano além de desconhecer seu mercado, seu negócio, seus riscos e as bases que são os pilares das boas práticas da gestão organizacional.
Com base nesse cenário, busca-se identificar como a Auditoria e ferramentas de Gestão como o COSO e a aplicação de procedimentos de Governança, Riscos e Compliance podem ajudar as Micro, Pequenas e Médias Empresas a se desenvolverem no Brasil com perspectiva de continuidade operacional (NBC TA 570) a longo prazo.
Desta forma, é necessário identificar a melhor maneira para Micro Pequenos e Médios empresários atuarem juntamente com Empresas/Consultores Especialistas em Auditoria, Controles Internos, Riscos e Compliance para auxiliá-las nas melhores práticas de gestão, sem burocratizar suas operações, mas garantindo o controle necessário para a melhor tomada de decisão garantindo o retorno necessário às partes interessadas e a continuidade operacional dos negócios.
De maneira geral é importante demonstrar que micro, pequenas e médias empresas, devem buscar o auxílio de profissionais ou empresas de auditoria para auxiliá-las no desenvolvimento dos seus controles internos, análise de riscos, e desenvolvimento das melhores práticas de gestão e que essas ações irão auxiliar a alavancar seus negócios, conseguir mais clientes e garantir a continuidade operacional de maneira sólida gerando riqueza para seus acionistas e demais partes interessadas.
Aspectos relevantes da Auditoria na Gestão:
Aspectos administrativos e de controle da Auditoria para a administração da empresa e como ela:
Fiscaliza a eficiência dos controles internos;
Assegura maior correção dos registros contábeis;
Opina sobre a adequação das demonstrações contábeis;
Dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas;
Possibilita a apuração de omissões no registro de receitas, na realização oportuna de créditos ou na liquidação oportuna de créditos;
Contribui para a obtenção de melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira das empresas;
Aspectos administrativos e de controle da Auditoria para os investidores (titulares do capital) e como ela:
Contribui para a maior exatidão das demonstrações contábeis;
Possibilita maiores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira das empresas;
Assegura maior exatidão dos resultados apurados.
Aspectos administrativos e de controle da Auditoria para o fisco e como ela:
Permite maior exatidão das demonstrações contábeis;
Assegura maior exatidão dos resultados apurados (IRPJ e CSLL);
Contribui para maior observância das leis fiscais.
Aspectos administrativos e de controle da Auditoria para sociedade (trabalhadores e população) e como ela:
Dá credibilidade às demonstrações financeiras dessas empresas;
Assegura a veracidade das informações, das quais dependerá a tranquilidade quanto à sanidade das empresas e à garantia de empregos, retorno de impostos;
Informa, através das demonstrações contábeis do conjunto das empresas, o grau de evolução e solidez da economia nacional.
Uma grande parte dos gestores de pequenas empresas ainda enxergam a informação contábil como sendo desnecessária para a gestão e por falta de conhecimento acabam utilizando sua “experiência” ou a “intuição” para a tomada de decisões. Na maioria das vezes não fazem análises financeiras, desconhecem os custos e estoques, não utilizam fluxo de caixa e a formação de preços é feita de forma imprecisa, sem uma estratégia competitiva definida.
Este artigo se justifica por buscar apresentar o controle e a auditoria como ferramentas de desenvolvimento para micro, pequenas e médias empresas mostrando que utilizando a auditoria e o controle interno, a tomada de decisão se tornará mais precisa.
Conforme CREPALDI (2017), a auditoria surge no momento em que se faz a separação entre o dono da empresa e o administrador. Quando o dono é o administrador ele sabe exatamente o que ocorre na empresa, quando ele não é o administrador e existe a figura do administrador profissional, ele fica sem saber exatamente o que está ocorrendo, sendo assim surge a figura da auditoria, ou seja, auditar = fiscalizar = controlar.
Na auditoria externa o principal objetivo é emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis da organização em relação aos Princípios de Contabilidade, Normas Brasileiras de Contabilidade e demais legislações aplicáveis no Brasil.
Na auditoria interna, o principal objetivo é o de emitir relatórios que examinem a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade.
A auditoria tem como objeto o conjunto de todos os elementos de controle do patrimônio, compreendendo os registros contábeis, documentos, fichas, papéis, arquivos e anotações que comprovem a legitimidade dos atos da administração, bem como sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais da organização e seu campo de atuação está na fiscalização do fiel cumprimento das normas internas da empresa e emissão de relatório de falhas, irregularidades e desvios encontrados.
Com tudo isso a auditoria torna-se um meio indispensável de confirmação da eficiência dos controles e fator de maior tranquilidade para a administração e de maior garantia para investidores, bem como o próprio fisco, que tem na auditoria um colaborador eficiente e insuspeito, que contribui indiretamente para melhor aplicação das leis fiscais. Contudo é importante calcular o custo-benefício e avaliar o tamanho e complexidade do negócio para que o custo da contratação dos serviços não se torne mais caro que o controle.
Abaixo estão os reflexos da auditoria sobre a riqueza patrimonial das empresas:
Aspecto administrativo - contribui para a redução da ineficiência, negligência, incapacidade e improbidade de empregados e administradores.
Aspecto patrimonial – possibilita maior controle dos bens, direitos e obrigações que constituem o patrimônio;
Aspecto fiscal – é fator de mais rigoroso cumprimento das obrigações fiscais, resguardando o patrimônio contra multas, o proprietário contra penalidades decorrentes da lei de sonegação fiscal (crimes contra a ordem tributária) e o fisco contra a sonegação de tributos.
Aspecto técnico – contribui para a mais adequada utilização das contas, maior eficiência dos serviços contábeis, maior precisão das informações e a garantia de que a escrituração e as demonstrações contábeis foram elaboradas de acordo com os princípios e normas de contabilidade.
Aspecto financeiro – resguarda créditos de terceiros (fornecedores e financiadores) contra possíveis fraudes e dilapidações do patrimônio, permitindo maior controle dos recursos para fazer face a esses compromissos.
Aspecto ético – examina a moralidade do ato praticado, pois o registro poderá estar tecnicamente elaborado e o fato legalmente comprovado, porém o ato da administração poderá ser moralmente indefensável, cabendo à auditoria apontá-lo para julgamento dos titulares do patrimônio e seus credores.
Quando falamos dos controles internos, riscos e compliance, de acordo com ASSI (2017), devemos ter em mente que, pelo menos, devemos conhecer: a ISO 31.000 – Gestão de Riscos, ISO 27.000 – Segurança da Informação, Control Objectives for information and related technology(Cobit), Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO), e outros mais como as Normas Brasileiras de Contabilidade(NBC), The Institute of Internal Auditors(IIA).
De acordo com o COSO, a premissa inerente ao gerenciamento de riscos corporativos é que toda organização existe para gerar valor às partes interessadas. Todas as organizações enfrentam incertezas, e o desafio de seus administradores é determinar até que ponto aceitar essa incerteza, assim como definir como essa incerteza pode interferir no esforço para gerar valor às partes interessadas. Incertezas representam riscos e oportunidades, com potencial para destruir ou agregar valor. O gerenciamento de riscos corporativos possibilita aos administradores tratar com eficácia as incertezas, bem como os riscos e as oportunidades a elas associadas, a fim de melhorar a capacidade de gerar valor.
Ao aplicar o gerenciamento de riscos corporativos, a organização deverá examinar as atividades em todos os níveis, desde as atividades realizadas no âmbito empresarial, como planejamento estratégico e alocação de recursos, às atividades das unidades de negócios, como marketing e recursos humanos ou analisar os processos do negócio.
Um gerenciamento de riscos corporativos, formulado e executado adequadamente, será capaz de oferecer ao conselho de administração e à diretoria executiva garantia razoável do cumprimento de seus objetivos. A garantia razoável reflete a noção de que incertezas e riscos se relacionam com o futuro, o qual ninguém é capaz de prever com exatidão.
Essa garantia razoável não significa que o gerenciamento de riscos corporativos falhará com frequência. Muitos fatores, individuais ou coletivos, reforçam o conceito de garantia razoável. O efeito cumulativo de respostas a riscos, que atendem a diversos objetivos, e o caráter multifuncional dos controles internos reduzem os riscos de a organização não atingir seus objetivos.
De acordo com ASSI, entender o negócio, implementar os controles, mapear as possibilidades de riscos e buscar a melhora do perfil de conduta profissional das pessoas que conduzem os negócios são as melhores formas de implementar o compliance nas organizações.
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