[1]Antonioni Afonso
[2]Deby Torres
Uma Organização da Sociedade Civil surge para promover humanidade e combater as desigualdades, a auditoria afirma esse desejo
Em 1945, no final da Segunda Guerra Mundial, os Estados assumem o papel principal a nível internacional, cada um com uma voz para influenciar as decisões de carácter político, social e econômico. Isto, sob um contexto de harmonia baseado na confiança, paz e democracia. A cooperação internacional é possível porque existe um ambiente em que os Estados dependem uns dos outros. Para ter uma voz e um peso mais fortes foram criadas as organizações regionais que procuravam solucionar problemas específicos próprios da região. Por outro lado, também se criam as organizações de países com um interesse comum, um exemplo são a Organização dos Países Árabes exportadores de Petróleo (OPEP) com a finalidade de exercer uma força maior na hora de falar sobre o preço do petróleo. Outro exemplo é o Mercosul, inicialmente um bloco econômico constituído por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Um pensamento construtivo começa a influenciar a arena internacional, estabelecendo que não são apenas os Estados os atores principais deste cenário; mas envolve também as empresas transnacionais e no mesmo nível de importância as organizações da sociedade civil. Estes dois novos atores complementam o papel protagonista dos Estados e passam a ser um conjunto de atores em uma atuação intersetorial. E é ai que a sociedade civil, em vista de que o governo não soluciona alguns problemas, recorrem a "fazer-se ouvir" mediante outros métodos. À medida que a globalização avança, a comunicação torna-se mais fácil e problemas que ocorriam no meio da selva do Brasil chegam a ser escutados no outro lado do mundo fazendo com que mais pessoas se unam às causas e que inclusive os governos de outros países queiram contribuir financeiramente, exigindo destas, cada vez mais profissionalismo e transparência na gestão destes fundos e doações.
As Organizações da Sociedade Civil (OSCs) nascem principalmente com a finalidade de atuar em problemas da sociedade como: fome, pobreza, meio ambiente, equidade de gênero, violência, racismo, direitos humanos, entre outros. Pode-se dizer que um sentimento altruísta do ser humano de ajudar o próximo ou de lutar pelo que está certo. A América Latina tem sido o cenário de investimentos, doações, contribuições técnicas e educativas naquelas causas que foram colocadas na mesa pela própria sociedade civil. No entanto, várias causas e programas de grande importância viram-se na obrigação de cessar o seu funcionamento, devido à falta de fundos ou em casos extremos porque instituições internacionais decidem que já não é tão importante contribuir para essa causa.
Como pode uma OSC afirmar a importância da sua causa? A cultura latino-americana é uma das mais ricas do mundo devido à sua diversidade e o calor do seu povo. Infelizmente, a imagem onde a corrupção é uma forma de ser está nos olhos internacionais. Não podemos colocar a culpa nos governos, porque corruptos aprendemos a ser desde crianças quando copiamos nos exames. O calor de nosso povo fez com que se criem muitas organizações com a mesma causa, os latinos queremos ajudar, acolher e melhorar a situação nossa e de nossos irmãos. No entanto, como existem tantas organizações à procura de fundos internacionais ou públicos, perde-se formalidades nos processos.
A maneira mais eficaz de afirmar a importância das ações e que os fundos estão destinados para a causa é através da auditoria, e não falamos da auditoria que realiza o governo como uma fiscalização, mas sim aquela auditoria que se torna a mão direita destas organizações. Perante a comunidade internacional, uma organização que dá a mesma importância à sua causa como ao relatório dos seus fundos, é aquela que não tem nada a esconder e que, além disso, leva a sua documentação de maneira organizada e utiliza os recursos de forma transparente. Isto gera confiança nos doadores. As OSCs têm a vantagem de mostrar que o lado social pode ser bem gerido.
É importante salientar que a auditoria não só entra na parte da contabilidade, mas também é uma amiga para o planejamento e até mesmo uma porta para a captação de mais fundos internacionais, é um tapete vermelho para as organizações que realmente acreditam em sua luta e na eficácia de suas ações e programas.
Referencias:
Figueiredo, M. A. (2008). Transparência e Opacidade no Terceiro Setor: A Divulgação Financeira de Organizações Filantrópicas. Curitiba: XV Congresso Brasileiro de Custos.
Filho, R. N. (2010 de Junho). Research Gate. Fonte: Auditoria independente nos contratos de parceria em entidades do terceiro: https://www.researchgate.net/publication/27534435
Madureira, A., & De Souza, J. S. (2005). AUDITORIA COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA DE CONTROLES DE ONG. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, 41. Fonte: AUDITORIA COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA DE CONTROLES DE ONG.
OEI. (2016). Organização dos Estados Ibero-americanos. Fonte: Cooperação cultural: https://www.oei.es/historico/cultura/cooperacion_cultural.htm
[1] É Administrador, graduado em Gestão de Organizações do Terceiro Setor pela (UEMG), especialista em Direitos Humanos e Contemporaneidade pela Faculdade de Direito (UFBA), mestrando em Desenvolvimento e Gestão Social pela Escola de Administração (UFBA), pesquisador associado ao CIAGS/UFBA, educador e consultor. [2] É Assistente de Projetos, graduada em Estudos Internacionais e Comércio Exterior em Cuenca, Equador (UDA) Curso técnico em Patrimônio Cultural Comunitário, Buenos Aires, Argentina (UBA)
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